quarta-feira, 19 de abril de 2017

Tempo lógico


- O tempo..,
- Que tempo?
- O tempo, sabe?
- Que tempo? Eu não tenho tempo pra isso... fala logo que tempo!
- O tempo, aquele que é, mas agora era, ele é, mas agora já foi...
- Eu já falei que não tenho tempo pra isso. Tenho coisas, amanhã eu levanto cedo.
- É, esse que tem, mas agora já não tem, porque já foi. Ele é e ele foi, ele evanesce. É efêmero esse tempo.
- Efêmero? Ora, larga disso e vem me ajuda, o tempo passa e amanhã tenho coisas, coisas, coisas a fazer.
- Amanhã?
- É José, amanhã, amanhã depois de hoje.
- Não, não era esse que eu tava falando. Falei do tempo que a gente é. Mas, agora deixa. Já não é.
- Mas, e amanhã José, você vem?
- Não, vou fica mais um tanto, dando um tempo.
- A José, me dá um tempo você viu!

Um comentário:

  1. O tempo salta,
    segura o tempo na mão,
    enquanto tempo dura
    que a gente se acostuma
    com a mesma,
    repetida,
    trajetória;

    O tempo da bala na agulha
    dispara,
    abrevia,
    tempo cortado,
    repartido;

    Volta para o começo,
    agora mais lento,
    talvez não seja a cena,
    a mesma,
    não sabia dela,
    assim,
    desse jeito;

    Quanto tempo a gente paga pela distração,
    falta de atenção
    não é falta,
    é a procura de outra direção;

    Será que nessa curva muda a trajetória?
    O desenho do caminho ganha nova cena?
    Quanto tempo mora entre essa,
    a fração de segundo,
    e a outra?

    Que possa morar nessa imprecisão,
    Onde não há relógio,
    Ou o cálculo da ação,
    Nem medida para dizer
    se o sentimento dura,
    se é viciado,
    ou inerte,
    o pensamento;

    Corpo sempre vivo
    conhece o ritmo sanguíneo,
    não teme entoar o amor
    que já é
    quando não se sabe
    quanto tempo foi vivido;

    Bem vindo seja coração

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