quinta-feira, 19 de abril de 2018

Entre-laçada

São nas noites que percebo tudo entre-laçado
Acaso é aquilo que por acaso não existe
Sonhos, lapsos, percalços todos meus e seus
Percebo a vida fluindo quando mais estancada estou
Nas palavras de meu corpo Sussurra, 
Urra feito percalços
De um corpo sem som que toca alto no peito
Grito de um útero até então ignorado fadado a sangrar
Grito de um cavidade usurpada,
sucateada pelo Outro que habita em mim
Grito de um peito acelerado que não aguenta mais ser abandonado
Rasgo esse seu contrato
Foda-se o que eu assinei
Faço outro de mim 
e mim do Outro.